É o surf, tal como já deve de ter adivinhado, que serve de mote para as novas coleções da Letheshome: Summer Days e Jumping Into The Sea. Por detrás destas coleções está o artista Sickfaces,.
As origens do surf
As origens do surf não são, de todo, um assunto consensual. Sem local ou data atribuída, até porque o contacto humano com o mar é intemporal, é no Oceano Pacífico que se acredita ter nascido esta atividade.
Apesar do Perú reclamar para si a sua origem - há mais de 4000 anos, com objetos feitos em cana, similares às pranchas de surf atuais, estes “deslizavam” nas ondas naquilo que hoje conhecemos como bodysurf -, a origem da arte é geralmente atribuída aos polinésios, mais concretamente aos povos do Havai, onde a sua popularidade é, hoje em dia, global.
Surf como símbolo cultural
“Surfar era uma parte fulcral da antiga cultura polinésia. O chefe de uma comunidade era sempre o mais habilidoso nas ondas, com a melhor prancha, feita da melhor árvore.(...)
(...)As classes mais altas tinham acesso às melhores praias e às melhores pranchas, enquanto os plebeus não tinham acesso a certas praias. No entanto, mesmo as classes mais baixas podiam aspirar a ganhar esse acesso e prestígio, se demonstrassem habilidade para surfar”, podemos ler no site surftotal.com.
Havai como capital mundial do surf
Hoje em dia, o Havai é a capital mundial do surf e isto muito se deve à sua história, intrinsecamente ligada ao mar e à pesca, e ao facto de estes terem sido os verdadeiros pioneiros da arte, como notoriamente ficou documentado, em parte, no “Diário do Capitão Cook”.
Em 1778, James Cook, capitão e explorador inglês, embarcou na sua terceira viagem de descoberta pelo Pacífico do Sul, a bordo do HMS Endeavor, da Marinha Britânica. Morto pelos havaianos, coube ao Tenente James King tornar público o seu diário que ajudou a divulgar a descoberta de que Cook vira os havaianos a surfar em pranchas de madeira um pouco maiores que eles, naquilo que o Tenente King viria a descrever como “exótico passatempo”.
As figuras que ficaram na história
No início do século XX, o surf expandiu-se a uma escala mundial, muito por responsabilidade de duas pessoas: George Freeth e Duke Kahanamoku.
Freeth fazia parte dos Beach Boys, um grupo de surfistas precursores de Waikiki, bairro de Honolulu localizado na costa sul da ilha de O'ahu, no estado americano do Havai. Num encontro com o famoso escritor Jack London, em 1907, este despertou a curiosidade do literário e, assim, deu origem a um artigo que na altura ganhou bastante notoriedade, ajudando a popularizar o surf nos Estados Unidos.
Já Kahanamoku, havaiano e exímio atleta náutico, tratou-se de um verdadeiro pioneiro na modalidade, fazendo digressões mundiais para fazer chegar o surf a vários pontos do mundo, nomeadamente à Austrália e à Nova Zelândia.
Surf em Portugal - um pioneiro destaca-se
Somente na década de 1960, graças a filmes como “Gidget Goes Hawaiian” e “Beach Party”, a popularidade do desporto disparou exponencialmente, transformando o surf de uma cultura marginal e relativamente pequena para uma moda de dimensões mundiais. É nesta altura que Portugal é também contagiado por esta “febre”.
Desde os anos 20 que há relatos da prática de surf no país, sobretudo nas praias de Leça da Palmeira e de Carcavelos, mas só mais tarde se sentiu os verdadeiros efeitos da globalização do surf. “Nos anos 1960 com o boom da experiência do surf na costa da Califórnia, o primeiro nome português é conhecido, Pedro Lima. Por muitos, ainda hoje é considerado o pai do surf em Portugal. Como na altura existia uma escassez de materiais para surfar, como a prancha era pouco difundida, Pedro Lima é considerado um autodidata no desporto”, diz em superprof.pt.
Nazaré como capital dos recordes
Foi a partir da década de 80 que Portugal abraça definitivamente o surf, com competições e nomes de surfistas a fazerem cada vez mais parte dos media. Pouco depois, e graças à sua localização e história de conexão com o mar, o nosso país passou a ser etapa do Campeonato Mundial de Surf, a competição rainha, mais especificamente na praia de Peniche. Todavia, é outra praia que hoje em dia se destaca pela fama mundial que alcançou, com as suas ondas gigantes, tão apreciadas por surfistas que procuram adrenalina e quebras de recordes: a praia da Nazaré.
Naquela que é considerada como “a maior onda do mundo”, a Onda da Nazaré é gerada pelas gigantescas ondulações geradas nas tempestades do Oceano Atlântico, a centenas de quilómetros do local, que, em conjunto com um cânion submerso, também chamado de canhão – o famoso Canhão da Nazaré -, formam as ondas massivas que “convidam” todos os anos os surfistas mais audazes.
Os benefícios dos desportos na água
O surf, como inúmeros outros desportos aquáticos, é uma das formas mais saudáveis de praticar desporto em comunhão com a natureza. Prezado pelos benefícios que traz à saúde, deixamos alguns dos seus benefícios para que, quem sabe, se deixe render e experimente o surf (ou qualquer outra atividade náutica):
- Ajuda no relaxamento físico e mental, com o contacto do corpo com a água, em que os músculos ficam descontraídos;
- Tonifica o corpo, pois a densidade da água é 800 vezes maior que a do ar, isto obriga o corpo a um desempenho bem mais elevado;
- Aumenta a qualidade de vida, com a produção de endorfina, a hormona responsável pela felicidade e pelo descanso;
- Melhoram o metabolismo, pois, à conta do maior rendimento físico acima citado, o metabolismo acelera naturalmente e, assim, pode perder peso mesmo quando fora de água.
O artista e a coleção
É o surf, tal como já deve de ter adivinhado, que serve de mote para as novas coleções da Letheshome: Summer Days e Jumping Into The Sea. Por detrás destas coleções está o artista Sickfaces, nome artístico de Luís da Silva, que descobriu na pintura a sua grande paixão e a sua forma de expressão maior. Sickfaces, nome inspirado no seu conteúdo inicial, muito baseado em filmes de terror (o que foi, entretanto, e nas suas palavras, “mudando radicalmente”), tem no sol e no mar as suas fontes de inspiração, com o surf, a música e as tatuagens como maiores influências e o combustível da sua arte.
No seu site podemos conhecê-lo melhor: “A inspiração do artista português Luís da Silva reside no ambiente natural que o rodeia, nos elementos culturais dos anos 60 e na cultura do surf do seu país de origem. Sempre com o sol e o oceano em mente, ele possibilita a fusão de um trabalho meticuloso e introspetivo entregue através de motivos psicadélicos e formas geométricas. Levar o espectador para um outro mundo, próximo ao seu: cheio de melancolia, nostalgia e felicidade; ele entrega uma visão clássica portuguesa ao seu público”.
Uma pequena conversa sobre inspirações
Numa breve conversa foi possível conhecer melhor o artista por detrás do homem. Tentamos perceber as suas motivações, as suas inspirações e tudo o que contribuiu para esta parceria. Fica a pequena entrevista:
O que significa para si esta parceria com a Letheshome?
É sempre um prazer saber que cada vez mais, há pessoas e marcas a acreditar no meu trabalho. Esta colaboração com a Letheshome tem um sabor especial por ser uma marca que está bem presente na minha casa e acima de tudo por ser uma marca da minha terra.
Uma pequena conversa sobre inspirações pt.2
Qual a mensagem que pensou ao pintar estes designs em específico?
A proposta dada para este projeto era realizar gráficos que fossem mais ao encontro de uma faixa etária mais jovem. O tema da natureza, e acima de tudo o mar, era essencial também (tendo em conta que Viana do Castelo é uma cidade costeira). A partir daí acabou por se tornar tudo fácil, uma vez que o mar, o sol, as cores vibrantes conjugadas com padrões geométricos são elementos sempre presentes nas minhas ilustrações. Acho que o resultado final ficou fantástico e não tenho dúvidas que vai tornar muitas casas mais coloridas!
O que quer transmitir ao seu público com as suas criações?
Na maioria dos casos, as minhas pinturas não têm uma mensagem por trás. No entanto, através delas tento ao máximo transmitir os meus gostos pessoais, as minhas vivências e as minhas influências. A música, acima de qualquer tudo, é algo que está sempre presente nos meus gráficos de alguma maneira. A partir destes prazeres na minha vida, sinto que a minha perspetiva de ver o mundo se reflete nas ilustrações.